sergio camargo

cronologia: 1951 - 1960



1951-1952
Retorna ao Brasil por um curto período e realiza sua primeira escultura abstrata em argila: Germinal n. 1. O molde para o gesso é feito no ateliê de Maria Martins, que nesse momento executa a maquete de Simple History. O gesso é recusado pelo júri da 1ª Bienal de São Paulo e publicado, em abril do ano seguinte, na Revista Branca. Camargo frequenta o grupo de escritores do periódico dirigido por Saldanha Coelho, do qual fazem parte Alberto da Costa e Silva, Fausto Cunha, Renard Perez, Braulio do Nascimento e Samuel Rawet.

Germinal n. 1 é fundida em alumínio e bronze e passa a integrar a série de mesmo nome constituída de cinco esculturas abstratas, realizadas na primeira metade dessa década.

1952-1953
Instala-se novamente em Paris, dedicando-se exclusivamente à escultura abstrata. Por precisar de um ateliê para trabalhar, inscreve-se em concurso para a École des Beaux-Arts, que frequenta por apenas quinze dias.

1954
De volta ao Brasil, frequenta curso de escultura em pedra-sabão ministrado por Margaret Spence, artista americana então residente no país. Desse contato resulta a obra Escultura, apresentada no 3º Salão Nacional de Arte Moderna sob o número 15 do catálogo, adquirida pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. A obra integra hoje o acervo permanente do Museu Nacional de Belas-Artes sob o título Forma Abstrata. No mesmo salão apresenta Germinal n. 1, fundida em alumínio [n. 14 do catálogo].

Adere ao figurativismo, com esculturas de nus de mulheres fortemente influenciadas por Henri Laurens, artista que não chegou a conhecer pessoalmente, mas que considerava tão importante quanto Brancusi. Uma dessas esculturas – Mulher – ganha o Prêmio Aquisição no 3º Salão Paulista de Arte Moderna nesse ano [n. 189 do catálogo]. A obra, transferida à Pinacoteca do Estado de São Paulo em 1978, integra o acervo permanente do museu.

Sereia, também presente no 3º Salão Paulista de Arte Moderna [n. 190 do catálogo], é reproduzida em outubro do ano seguinte no número 2 da revista literária A Sereia, dirigida por Manolo Segalá e editada pela Philobiblion.

Visita a República Popular da China em caráter oficial, integrando o primeiro grupo de jovens convidado pelo governo chinês.

1955
Integra o 4º Salão Nacional de Arte Moderna. Em junho, participa da 3ª Bienal de São Paulo com o bronze Germinal [n. 5 do catálogo]; em agosto, apresenta escultura de mármore sob o título Composição no 4º Salão Paulista de Arte Moderna [n. 242 do catálogo].

1956
Participa do 5º Salão Nacional de Arte Moderna com certificado de isenção de júri, no qual apresenta Maquete do Túmulo do Soldado Desconhecido e duas outras obras sob o título Escultura [n. 11, 12 e 13 do catálogo].

Dirige a Galeria GEA, inaugurada com individual de Frans Krajcberg. Nos anos seguintes apresenta exposições de Alfredo Volpi, Anna Letycia, Antonio Bandeira, Iberê Camargo, Ivan Serpa, Maria Leontina, Milton Dacosta, Oswaldo Goeldi, Renina Katz, Sonia Ebling, e a primeira exposição individual de Heitor dos Prazeres (1959). Também a primeira exposição individual do artista é realizada ali, em 1958.

1957
Recebe certificado de isenção de júri no 6º Salão Nacional de Arte Moderna com três obras de título Escultura [n. 25, 26 e 27 do catálogo].

Participa da 4ª Bienal de São Paulo com a escultura em arenito Os Amantes [n. 2 do catálogo].

Integra com escultura de mármore da série Germinal a coletiva “Arte Moderno en Brasil”, organizada pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e apresentada em Buenos Aires, Rosário, Montevidéu, Santiago e Lima.

1958-1959
Integra o 8º Salão Nacional de Arte Moderna com certificado de isenção de júri, apresentando duas obras sob o título Escultura [n. 18 e 19 do catálogo].

Em outubro, expõe na Galeria de Arte das Folhas (São Paulo), em sala individual, ao lado de Anna Letycia, Aluísio Carvão, Rubem Ludolf, Frank Schaeffer e Mario Toral.

Produz poucas obras em fase que fica apenas em estágio de especulação plástica em torno dos problemas das tensões resultantes de dobras de chapas de metal.

1960
Integra o 9º Salão Nacional de Arte Moderna com certificado de isenção de júri. Apresenta três obras de título Escultura [n. 16, 17 e 18 do catálogo].

Participa da II Bienal Interamericana de México.